quarta-feira, 31 de julho de 2013

Contactos de Grupos e Associações do Concelho de Mafra

Av. José F Canas 44 - B,1º, Malveira
2665-239 MALVEIRA

Terreiro D. João V, Mafra
2640-492 MAFRA

R. Cid Frehel 12 - A, Mafra
2640-469 MAFRA

R. Junta Freguesia 2, Enxara do Bispo
2665-053 ENXARA DO BISPO

R. Padre José Feliciano, Milharado
2665-314 MILHARADO

R. Moinho 8, Encarnação
2640-206 ENCARNAÇÃO

Lg. Fontanário, Monte Bom
2640-066 SANTO ISIDORO MFR

R. Serpa Pinto 34 - D - r/c, Mafra
2640-534 MAFRA

Trav. Piçarras, Igreja Nova
2640-341 IGREJA NOVA MFR

Lg. Nossa Senhora Paz, Tituaria
2665-378 MILHARADO

R. C C Recreativo, Venda do Pinheiro
2665-506 VENDA DO PINHEIRO

R. Labruscas, Santo Isidoro Mfr
2640-000 SANTO ISIDORO MFR

R. Chafariz 6, Azueira
2665-006 AZUEIRA

R. Igreja, Mafra
2640-401 MAFRA

Estrada Nacional 247 Km 46,2, Ribamar
2640-027 SANTO ISIDORO MFR

R. Olivença 2, Mafra
2640-516 MAFRA


R. Forças Armadas 20, Gradil
2665-118 GRADIL

Estrada Adega Cruz, Carvoeira
2655-030 CARVOEIRA MFR


Estrada Malveira, Santo Isidoro Mfr
2640-425 SANTO ISIDORO MFR

R. José V Mangens 3 - A - r/c - E, Mafra
2640-498 MAFRA

Quinta Murta, Vila Franca do Rosário
2665-418 VILA FRANCA DO ROSÁRIO

Lagoa - St Isidoro, Santo Isidoro
2640-064 SANTO ISIDORO MFR

R. Padre José Feliciano, Milharado
2665-314 MILHARADO

R. Pedro Mota, Mafra
2640-563 MAFRA

Av. Engenheiros Lt. 13, Venda do Pinheiro
2665-542 VENDA DO PINHEIRO

R. Tourinha, Azueira
2665-015 AZUEIRA

R. Paroquial, Malveira
2665-260 MALVEIRA

Lg. Marco, Azueira
2665-000 AZUEIRA

Estrada Nacional 8, Malveira
2665-258 MALVEIRA

Estrada Avessada, Santo Estevão das Galés
2665-414 SANTO ESTEVÃO DAS GALÉS

Vila Pouca, Vila Pouca
2665-063 ENXARA DO BISPO

Casal Queimadas, Malveira
2665-258 MALVEIRA

R. Várzea Lt. 1, Santo Isidoro Mfr
2640-000 SANTO ISIDORO MFR

R. Cruz, Santo Isidoro Mfr
2640-000 SANTO ISIDORO MFR

R. Terra Eira 30, Santo Isidoro Mfr
2640-000 SANTO ISIDORO MFR


R. São Miguel Vivenda Maria Emília, Alcainça
2640-741 SÃO MIGUEL DE ALCAINÇA

R. D. Jorge Figueiredo, Encarnação
2640-223 ENCARNAÇÃO

Estrada Nacional 9, Santo Isidoro Mfr
2640-339 SANTO ISIDORO MFR

Campinas, Azueira
2665-000 AZUEIRA

R. Frei Luís Sousa 2, Enxara do Bispo
2665-053 ENXARA DO BISPO

R. D. Jorge Figueiredo 18 - B, Encarnação
2640-223 ENCARNAÇÃO

Estrada Avessada, Malveira
2665-281 MALVEIRA

Pt`e Cuco - Mafra, Santo Isidoro Mfr
2640-000 SANTO ISIDORO MFR

R. Stª Clara Assis, Encarnação
2640-250 ENCARNAÇÃO

Estrada Lapa, Azueira
2665-507 AZUEIRA

R. Dr. Carlos Galrão 31, Mafra
2640-578 MAFRA

R. Matadouro 1, Santo Isidoro Mfr
2640-425 SANTO ISIDORO MFR


S.Domingos - Encarnação, Encarnação
2640-253 ENCARNAÇÃO

Quinta Vale Luz, Azueira
2665-000 AZUEIRA

Vivenda Leitão, Mafra
2640-577 MAFRA


Azenha Tanoeiros - Encarnação, Santo Isidoro Mfr
2640-000 SANTO ISIDORO MFR


R. Boavista Armz, Sobral da Abelheira
2640-625 SOBRAL DA ABELHEIRA

R. Miguel E Medeiros 11,2º - E, Mafra
2640-506 MAFRA

R. Bela Vista 7, Ericeira
2655-430 ERICEIRA

R. Particular 2, Vale de São Gião
2665-382 MILHARADO


Tourinha - Malveira, Azueira
2665-004 AZUEIRA

Estrada St Isidoro, Casal da Carrasqueira
2640-060 SANTO ISIDORO MFR

R. Painel Bloco A - lj A, Venda do Pinheiro
2665-576 VENDA DO PINHEIRO

Pctª. Alpendre Armz Centroeste, Ericeira
2655-420 ERICEIRA

Vila Canas, Milharado
2665-314 MILHARADO

Pctª. Monteiros 1, Cheleiros
2640-111 CHELEIROS

Armz, Ericeira
2655-420 ERICEIRA

Quinta Horto, Azueira
2665-015 AZUEIRA

Estrada Nacional 8, Azueira
2665-007 AZUEIRA

Livramento - Azueira, Azueira
2665-015 AZUEIRA

Lg. Gradil, Azueira
2665-000 AZUEIRA

Trav. Cardosas 4, Santo Isidoro Mfr
2640-000 SANTO ISIDORO MFR

R. Principal, Encarnação
2640-203 ENCARNAÇÃO

Estrada Nacional 9 - 2 21, Enxara do Bispo
2665-053 ENXARA DO BISPO

Casal Stª Cristina, Azueira
2665-015 AZUEIRA

Casal Mourão - Mafra, Mafra
2640-438 MAFRA

Av. Senhora Lapa, Mafra
2640-416 MAFRA

R. Castelo Picão, Azueira
2665-000 AZUEIRA

Lg. Fonte Cabo Lt. A - B, Ericeira
2655-284 ERICEIRA

R. Torre Bela, Mafra
2640-426 MAFRA

Quinta Arneiro, Azueira
2665-015 AZUEIRA

R. 5 Outubro 1, Mafra
2640-578 MAFRA

R. Navegantes Lt. D - cv - lj, Ericeira
2655-280 ERICEIRA

Av. Principal 58, Roussada
2665-376 MILHARADO

Carrascal - Azueira, Azueira
2665-009 AZUEIRA


Estrada Nacional 116, Mafra
2640-578 MAFRA

Av. Dr. Francisco S Carneiro Pavilhão 31, Mafra
2640-486 MAFRA


Quinta Mougueta, Santo Isidoro Mfr
2640-425 SANTO ISIDORO MFR

Estrada Avessada, Santo Estevão das Galés
2665-414 SANTO ESTEVÃO DAS GALÉS

Terreiro D. João V 17,2º, Mafra
2640-492 MAFRA

R. Casalinho, Encarnação
2640-232 ENCARNAÇÃO

R. Escola 15, Encarnação
2640-230 ENCARNAÇÃO

Casal Mangancha, Santo Isidoro Mfr
2640-000 SANTO ISIDORO MFR

Aboboreira - Azueira, Azueira
2665-001 AZUEIRA

Av. Dr. Francisco S Carneiro, Mafra
2640-486 MAFRA

Casal Ribeiradas 18, Azueira
2665-000 AZUEIRA

R. Serpa Pinto 91 - B - r/c, Mafra
2640-534 MAFRA

Estrada Nacional 10, Mafra
2640-401 MAFRA

R. Direita, Gradil
2665-113 GRADIL

Azenha Tanoeiros - Encarnação, Encarnação
2640-201 ENCARNAÇÃO

R. 25 Abril 87 - A, Malveira
2665-203 MALVEIRA

Quinta Mougueta, Santo Isidoro Mfr
2640-425 SANTO ISIDORO MFR

Quinta Velha, Casais da Serra
2665-305 MILHARADO

R. Casal Gradil, Ericeira
2655-287 ERICEIRA

Quinta St António, Santo Isidoro Mfr
2640-000 SANTO ISIDORO MFR

Casal Marujo, Santo Isidoro Mfr
2640-000 SANTO ISIDORO MFR

Quinta Munhoz, Milharado
2665-314 MILHARADO

R. Movimento F Armadas 15, Alcainça
2640-728 SÃO MIGUEL DE ALCAINÇA

Pç. República 16 - r/c, Ericeira
2655-347 ERICEIRA

Estrada Asseiceira Grande, Venda do Pinheiro
2665-501 VENDA DO PINHEIRO

R. Moitinhas, Azueira
2665-000 AZUEIRA

R. Dr. Egas F Ribeiro 1, Azueira
2665-000 AZUEIRA

Estrada Lapa, Venda do Pinheiro
2665-540 VENDA DO PINHEIRO

R. Indústria, Vila Franca do Rosário
2669-001 VILA FRANCA DO ROSÁRIO

R. Prof. Armando Lucena 8, Malveira
2665-211 MALVEIRA

R. Soalheiro 17, Azueira
2665-001 AZUEIRA

R. Moagem 5, Igreja Nova
2640-303 IGREJA NOVA MFR

Estrada São Domingos 13, Encarnação
2640-232 ENCARNAÇÃO

R. José E Garcia, Mafra
2640-495 MAFRA

Estrada Nacional 247, Encarnação
2640-202 ENCARNAÇÃO

Quinta Estrangeiros Armz 16, Venda do Pinheiro
2665-602 VENDA DO PINHEIRO

Estrada Nacional 9, Picanceira
2640-071 SANTO ISIDORO MFR

R. Casal Mulata, Encarnação
2640-219 ENCARNAÇÃO

Estrada Nacional 247, Ericeira
2655-319 ERICEIRA

R. Núcleo Empresarial Bloco I - armz 32, Santo Isidoro Mfr
2640-000 SANTO ISIDORO MFR

Lg. Conde Ericeira 8 - A, Ericeira
2655-272 ERICEIRA

R. Mercado 4 - r/c - A, Venda do Pinheiro
2665-566 VENDA DO PINHEIRO

Av. Dr. Francisco S Carneiro Pavilhão 22, Mafra
2640-486 MAFRA

R. Escola 2 - armz, Azueira
2665-006 AZUEIRA

Av. Portugal 61, Póvoa da Galega
2665-357 MILHARADO

Quinta Estrangeiros Armz 77, Venda do Pinheiro
2665-602 VENDA DO PINHEIRO

R. Pescadores 15, Encarnação
2640-202 ENCARNAÇÃO

Urb. Lajes Lt. 6 - r/c - D, Azueira
2665-000 AZUEIRA

R. Joaquim Duarte, Azueira
2665-000 AZUEIRA

Estrada Avessada, Malveira
2665-290 MALVEIRA


R. José M Costa 47, Mafra
2640-496 MAFRA

R. 25 Abril 36, Igreja Nova
2640-321 IGREJA NOVA MFR

Casal Queimadas 6 - B,1º - E, Malveira
2665-258 MALVEIRA

R. Moinhos 15, Encarnação
2640-202 ENCARNAÇÃO

Mafra saloia







Curiosidades

Construção do convento


As obras iniciaram-se em 1717, ano do lançamento da primeira pedra e a 22 de Outubro de 1730, dia do 41º aniversário do rei, procedeu-se à sagração da basílica.È o mais significativo monumento do barroco em Portugal, integrando um Paço Real, uma Basílica, um Convento Franciscano e uma importante Biblioteca, síntese do saber enciclopédico do séc. XVIII.A construção, que chegou a envolver mais de 50 mil homens, só terminou, oficialmente, em 1750, com a morte do rei,embora muitos pormenores só viessem a ser concluídos nos três reinados seguintes. 

As dificuldades para manter os trabalhadores foram enormes chegando a ser tomadas medidas drásticas, para castigar os fugitivos.
 Os que fossem apanhados teriam de trabalhar 3 meses sem receber pagamento e se fossem reincidentes, esperava-os as galés e açoites. 

Acomodaram-se nesta obra as pessoas em casas de madeira que se construíram e foram abatidas depois da obra concluída, numa área superior ao Terreiro do Paço.


Da enorme massa de trabalhadores envolvida, muito adoeceram e morreram, tendo D.João V determinado que ás famílias de cada um dos mortos de desse uma esmola de 3 mil réis, um hábito para ser amortalhado, uma cova e cinco missas por alma.
 

Foram realmente tempos de trabalhos forçados, muitos homens reduzidos á condição de escravos, obrigados a deixar as suas terras e famílias para trabalharem numa obra, que apenas era do gosto do rei.
 

Imensos problemas com demoras nos pagamento aos trabalhadores e ajustamento de trabalho com mestres de ofício, fizeram atrasar a obra que afinal não agradava a ninguém para além do próprio rei.


Os religiosos do convento também se queixavam, do sítio onde foi edificado, que nem agradava á família real, que o rei tinha dificuldade em conseguir que o acompanhassem a Mafra. Transferência de festas importantes para Mafra foi outro dos subterfúgios a que D.João V se socorreu para tentar tornar Mafra um local bem querido e importante. 

Mesmo com a construção por acabar em 1733 resolveu ali festejar o seu aniversário, que habitualmente se festejava no Paço da Ribeira, o que igualmente havia acontecido no ano anterior, quando em meados de Outubro uma grande tormenta quebrou os vidros do convento, logo o rei mandou para Mafra, oficiais e vidraceiros, para que sob pena de prisão, tivessem tudo pronto na véspera do seu aniversário em 22 de Outubro, nessa altura só os camaristas o acompanharam, permanecendo os demais cortesãos em Lisboa.
 

Quando o rei adoeceu em 1742, Mafra ainda não estava totalmente concluído, mandando el-rei arrematar a obra por 625.000 cruzados , com um prazo de 8 anos para a sua finalização.
 

Em 1744 decidiu mandar comprar as quintas e casais num perímetro de 3 léguas em torno do edifício, para fazer uma cerca para os padres do convento e para mandar fazer uma tapada, para onde o príncipe D.José pudesse ir a caça, para "o ver mais vezes naquele sítio".

Parece que o príncipe herdeiro contudo, preferia caçar coelhos na real tapada de Alcântara.


"(O Convento de) Mafra levou treze anos a fazer. A média dos operários empregados em cada dia na construçãoda obra monta a vinte mil. Para cortar a montanha que fica a sul do edifício davam-se, diariamente, mil tiros gastavam- se quatro mil quilos de pólvora. O edifício tem quarenta e cinco mil portas e janelas, oitocentas eoitenta salas, duas torres de 68 metros de altura e cento e quarenta e quatro sinos, um zimbório e dois torreõestão vastos que no andar de qualquer deles se aloja a família real quando vai caçar a Mafra. As cozinhascompõem-se de sete grandes casas, a das hortaliças, a dos peixes, a da pastelaria e outras. Na cozinha grande,forrada de azulejos e cercada de torneiras de bronze,  duas enormes chaminés destinadas a mover os caldeirõesem cada um dos quais se podia cozer um boi (…)"

Ramalho Ortigão (adaptação)


Livro de Horas da Biblioteca Real de Mafra

antigo postal

“Uma Biblioteca das Luzes…” entrevista com Mário Pereira dos Santos, director do Palácio Nacional de Mafra

Mário Pereira dos Santos, director do Palácio Nacional de MafraO Grupo de Trabalho BAD Sistemas de Informação em Museus associou-se às comemorações do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, 18 de Abril, este ano dedicado ao tema “Património+Educação=Identidade”, com a realização de uma entrevista com Mário Pereira dos Santosdirector do Palácio Nacional de Mafra. Este entrevista teve como propósito dar a conhecer aos leitores um dos mais emblemáticos locais do Palácio Nacional de Mafra, a Biblioteca. Detentora de um espaço arquitetónico singular e de importantes espólios documentais, alguns ainda por explorar, a Biblioteca ocupa um lugar privilegiado na construção da memória e da identidade nacional.
Leia a entrevista e não deixe de visitar este verdadeiro repositório do Saber.
É director de um monumento, candidato a património mundial, que é Palácio, Convento e tem uma das mais ricas Bibliotecas do país. Pode fazer-nos brevemente o enquadramento destas três realidades, entre elas e com a zona envolvente?
Em primeiro lugar gostaria de dizer que a biblioteca acaba por ser, neste monumento, o highlightpor excelência. Nós temos muitos visitantes que visitam este Palácio em função de uma imagem que viram da Biblioteca, em função de uma informação que têm sobre a Biblioteca, em função por isso mesmo, da Biblioteca.
Biblioteca do Palácio Nacional de MafraGostaria de lhe dizer que nós, neste Monumento, temos várias singularidades! Temos um espaço, que é um espaço também ele único, uma Enfermaria do século XVIII e que ainda está in situ; temos uma outra especificidade que tem vindo a ter ultimamente um grande impacto mediático e tem tido uma grande adesão do público – podemos dizer que durante o ano de 2012 tivemos cerca de sete mil espectadores a assistir aos concertos de Seis Órgãos, na Basílica. Porquê? Naturalmente pela qualidade do programa que apresentamos e, temos a certeza disso, pela singularidade de aqui existirem seis órgãos. Temos, depois, os dois carrilhões que infelizmente estão desactivados.Quando falamos de um Monumento como o Palácio Nacional de Mafra, estamos a falar de uma área de implantação de cerca de 39 mil metros quadrados, o que nos dá bem a noção da dimensão e da grandiosidade deste espaço. É, pois, neste contexto monumental que temos esta jóia, esta preciosidade que é a nossa Biblioteca.
A Biblioteca é de facto uma biblioteca notável. É importantíssima sobretudo pelo seu acervo. Quando, por exemplo, falamos em livros religiosos, falamos de toda a espécie de livros religiosos que pode imaginar. Desde a famosa Bíblia Complutense (do Cardeal Cisneros), editada Alcalá de Henares, em 1214 – a primeira bíblia poliglota (Marcel Bataillon refere a sua importância cultural na Europa do século XVI), até outras Bíblias que estão proibidas, Nesta Biblioteca vamos encontrar a Bula do Papa Bento XIV, que institui esta Biblioteca, e que explicita que está autorizada a ter livros proibidos. Esse aspecto é extremamente interessante e nós vamos encontrar num dos catálogos – temos dois momentos em que a Biblioteca foi catalogada, um em 1755 e outro, em 1819-, e a descrição que Frei João de Santa Anna faz em 1819, refere a existência de uma quantidade impressionante de livros proibidos que existem., Entre os livros proibidos, temos de tudo, desde a primeira edição das obras completas do Gil Vicente, por exemplo, em que se assinalam as várias partes que foram sendo censuradas, até livros da Biblioteca Colbertina.
É uma Biblioteca notável em relação à qualidade do seu acervo em praticamente todas as áreas do saber, nisso ela é, de facto uma Biblioteca das Luzes. Astronomia, Matemática, Medicina, Literatura de Viagens, Ciências Esotéricas…é, de facto, impressionante a natureza do acervo. Mais do que a quantidade, que é em si relevante, é sobretudo a qualidade e a natureza dos livros que a torna efetivamente numa biblioteca preciosa.
Grande parte das exposições que têm feito é com o acervo da Biblioteca.
Como sabe, a principal preocupação de um espaço como este, reside na sua conservação. Esta é uma biblioteca histórica, não é uma biblioteca em que qualquer aluno que esteja a fazer um trabalho vá lá fazer consultas. Existem de facto alguns programas, alguns projetos de estudo que estão a decorrer em função da natureza do acervo da Biblioteca, com protocolos assinados entre o Palácio e Universidades portuguesas e brasileiras. Temos, por exemplo, um protocolo assinado com o CHAM da Universidade Nova, a Universidade Fluminense, que incide sobretudo sobre a Biblioteca Volante e os livros sobre o Brasil.
Temos alguns protocolos e alguns estudos que têm vindo a ser desenvolvidos na Biblioteca com várias universidades e, às vezes, confrontamo-nos com situações quase insólitas…. estou a lembrar-me de um estudo que foi feito com a Universidade Nova sobre o levantamento de Tratadística, em que tinham pensado em dois investigadores durante três meses e, ao fim de oito meses, ainda não tinham levantado tudo e já tinha havido um reforço de investigadores para fazer esse levantamento. A Biblioteca não deixa de ser também uma caixa de surpresas, porque quando se começa a estudar vamos encontrar sempre livros que não estávamos à espera ou que não sabíamos que existiam em Portugal.
Apesar desses dois inventários serem exaustivos, com mais de doze mil páginas de descrições de livros, muitas vezes o conteúdo vai muito para além do título e só folheando o livro temos a possibilidade tomar contacto com o conteúdo desse livro.
Numa Biblioteca como esta, aquela que é a nossa preocupação em termos de atividade diária, dada a exiguidade de Recursos Humanos, acaba por ser a sua conservação. Desde a limpeza, à desinfestação, há todo um trabalho que é feito em permanência e permanentemente. As duas bibliotecárias têm um trabalho direccionado para a catalogação e investigação conducente a um melhor conhecimento do acervo. Como corolário desse trabalho, efectuamos várias exposições que, sempre que possível culminam com um catálogo impresso. Temos também a preocupação em ter sempre, na antecâmara da Biblioteca, uma exposição bibliográfica do acervo. São iniciativas importantes que vão dando a conhecer, de forma temática, a natureza do acervo uma vez que esta antecâmara está no percurso visitável, impressionando de forma muito marcante os nossos visitantes.
Que outros projectos tem para a Biblioteca? Desenvolvem atividades de intercâmbio com outras bibliotecas congéneres, palatinas ou conventuais, no país e no estrangeiro?
O palácio, desde há três anos faz parte de uma associação que é a Associação de Residências Reais Europeias e, naturalmente, é uma realidade que queremos explorar com trabalhos em rede. Noutras áreas já começámos a beneficiar com as permutas de boas práticas nos Palácios Reais Europeus mas, na realidade, poucos palácios têm uma Biblioteca como a nossa, que, em termos práticos, é a junção de duas bibliotecas, aquela que era a biblioteca real e aquela que era a biblioteca conventual. Aliás, há escritos do século XVIII que ainda nos falam de duas Casas da Livraria. Depois, quando aquele espaço se conclui (com os Agostinhos) é que se dá a junção das duas Casas e se constitui esta Biblioteca.
No âmbito da própria associação de que fazemos parte queremos promover, já estabelecemos contactos para desenvolvermos projetos na área das Bibliotecas. Neste momento não temos nenhum projeto em concreto com outras bibliotecas estrangeiras, estamos na expectativa de os ter. Temos contactos a desenvolverem-se com Wilanow (Polónia), Peterhof (Rússia) e Escorial.
Em Portugal temos. A título de exemplo, posso dizer-lhe que vai realizar-se brevemente o III Encontro das Bibliotecas Eclesiásticas, em Mafra, no âmbito de uma abertura que, apesar de tudo queremos e temos de ter. Temos a obrigação de ir estudando aquele acervo, de o ir conhecendo e de ir propiciando aos investigadores informação sobre aquilo que a Biblioteca tem. Tudo isto sem deixar de ter em linha de conta que somos uma Biblioteca Histórica, que se encerrou no século XIX quando recebeu a biblioteca particular de Possidónio da Silva.
Mantendo sempre o equilíbrio com a questão da conservação?
Isso para nós é essencial, Aliás, a leitura que se faz e a consulta que se faz, neste momento, é sempre uma leitura presencial. Não temos uma sala de leitura, é feita no gabinete das duas bibliotecárias e, na maioria dos casos, sempre com luvas.
Tomando em consideração o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, este ano dedicado à temática de “Património+Educação=Identidade”, de que forma o património documental e bibliográfico da Biblioteca se pode associar a um reencontro da Identidade Cultural, reavivando valores e memórias do património da educação?
Esta Biblioteca é uma biblioteca, também ela, de memórias. Normalmente associamos o património aos conceitos de identidade e memória e aqui temos um importante património de memórias. Temos livros que eram consultados e anotados pela Família Real quando estava no Palácio.
A Biblioteca persiste hoje em dia praticamente incólume graças a dois/três momentos de sorte que, paradoxalmente, são dois/três grandes momentos de delapidação e de devastação do património. O primeiro é com a extinção das ordens religiosas, em 1834, que corresponde a uma grande perda ou pulverização do património móvel das ordens religiosas – esta Biblioteca passa praticamente incólume porque aqui existia um Palácio Real e isso como que a protegeu. Aquando da ocupação do monumento pelos franceses, o general que o ocupou, Loison, criou normas muito rígidas e muito restritivas de acesso à Biblioteca, de tal maneira que quando cotejamos o que existia em 1755 e o que existia em 1819, praticamente não há faltas. A título de curiosidade ainda hoje existem acessos à biblioteca que estão entaipados.
Por fim, em 1910, com a implantação da República, que corresponde a um outro momento de delapidação do património, aqui acabamos por estar protegidos pela existência de um quartel militar nas instalações do antigo convento. Em momentos diferentes, por circunstâncias específicas, esta Biblioteca manteve-se praticamente preservada e chegou até aos nossos dias como uma grande e importante biblioteca histórica que é.
Pensamos que ela é um importantíssimo elemento que pode ser culturalmente instrumentalizado. Partindo da sua dimensão icónica, passando pelas suas vicissitudes históricas e com o peso do seu acervo ela tem uma aura muito especial. Incorpora em si, também como espaço encantatório, toda uma série de elementos passíveis de vir ser explorados e utilizados dentro desta dimensão identitária que nós naturalmente conotamos com o património.
Já falámos anteriormente sobre os recursos humanos, referiu que existem duas bibliotecárias. Considera importante ter pessoal qualificado nesta área, neste tipo de bibliotecas?
Sim. Aqui, e numa biblioteca como esta, seria fundamental, diria mesmo que é urgente e é premente que venhamos a ter pessoas ligadas à conservação e restauro. Os livros estão muitíssimo bem preservados, ainda agora nos apercebemos de alguns livros que não manuseávamos, livros do século XVII e que estão muitíssimo bem conservados. Quando tateamos o papel, verificamos as óptimas condições naturais de preservação, ficamos impressionados e espantados. Há, no entanto, um problema recorrente nesta Biblioteca e que se prende com as encadernações. Alguns livros necessitariam de intervenção ao nível das encadernações – lombadas, hidratações e rasgões nas capas de pele. De facto, existem alguns problemas em que para os resolver gostaríamos de contar com a presença de conservadores-restauradores. Era importantíssimo que a Biblioteca pudesse contar com especialistas desta área.
O Palácio Nacional de Mafra não conta com técnicos na área da conservação e restauro?
Não conta. É, de facto, uma lacuna em termos de recursos humanos, em termos técnicos sentimos a sua falta efectiva sobretudo para a Biblioteca, seriam extremamente importantes. Temos agora um protocolo com a Fundação Ricardo Espírito Santo, em que há, ao nível da encadernação, uma primeira abordagem e isso pode ser importante até para trazer alunos, devidamente enquadrados pelos professores, até nós.
O exemplo de uma outra situação passa-se com os Livros de Horas que estão a ser devidamente tratados e estudados com a Universidade Nova (na Faculdade de Ciências e Tecnologia, no Curso de Conservação e Restauro). Está no prelo uma publicação sobre este importantíssimo núcleo que aqui existe.
Temos, de facto, algumas intervenções pontuais e que, face aos resultados, nos indicam que o caminho que devemos seguir deverá ser esse.
Qual a relação da Biblioteca com as restantes áreas funcionais existentes? Existe diálogo entre bibliotecários e, por exemplo, educadores?
Temos algumas restrições no acesso aos livros e não temos propriamente um acesso à Biblioteca. Temos programas de oferta temática na programação do Palácio, programas que visam e incidem sobre a Biblioteca. São programas muito procurados e bastante bem conseguidos, em que a Biblioteca é o centro e o objecto da oferta do Serviço Educativo. Temos programas com uma boa receptividade de público infanto-juvenil, porque têm a ver com o mundo fascinante dos livros e com a apadrinhada colónia de morcegos. Existem, pois, alguns elementos encantatórios que nós encontramos para ligar esse público à Biblioteca. Por outro lado, temos outras visitas já não para esse público infanto-juvenil mas para um público mais especializado e que ficam de facto impressionados com a riqueza do acervo.
É um espaço mágico. O sol, no centro, como que marca o alinhamento de todo o Monumento. É, de facto, um espaço muito marcante.
O que procuram os utilizadores que recorrem à Biblioteca? Pode apresentar-nos, em termos qualitativos e quantitativos, os utilizadores?
Temos cerca de vinte a trinta projetos anuais que têm a Biblioteca como centro. A Biblioteca é desconhecida para a grande maioria das pessoas. Temos uma publicação que fizemos aquando da reunião União Europeia-Rússia, no âmbito da Presidência Portuguesa, em que se fez um levantamento sobre um acervo de livros que falam sobre a Rússia e que existem na Biblioteca. É impressionante a quantidade de obras que foram encontradas. Esta Biblioteca é efectivamente muito heterodoxa, eclética, tem de tudo e é isso que impressiona.
Algumas vezes temos assistido a situações em que doutorandos consultam a Biblioteca à procura de um livro e depois acabam, inclusivé, por inflectir a sua tese em função daquilo que encontram. Foi o aconteceu num dos últimos estudos que aqui se fizeram (o que já tive oportunidade de referir e que vai ser agora publicado) e que incide sobre o nosso núcleo, bastante raro, de Livros de Horas de origem francesa.
Esta Biblioteca é muito pouco conhecida em função daquele que é o seu acervo e as potencialidades do acervo nas investigações.
Há toda uma série de projectos, como este projeto que temos protocolado com a universidade brasileira (Fluminense) e o Centro de História de Além-Mar (CHAM) da Universidade Nova de Lisboa, em que têm vindo investigadores brasileiros e que passam aqui algumas temporadas a fazer consultas.
Temos uma relação relativamente frequente com muitos outros investigadores que vieram a Mafra porque alguém lhes deu uma referência sobre a existência de uma obra que poderia ser importante e depois acabam por se deslumbrar, também eles, com a quantidade de elementos que aqui encontram.
É uma colaboração muito estreita e regular das próprias bibliotecárias?
Das próprias bibliotecárias que acabam também elas por se envolver na investigação. Temos uma percentagem elevada de investigadores estrangeiros, o que as leva a ter de ter uma participação mais activa.
Diria que a investigação seria muito mais morosa se não fosse o profundo conhecimento que as bibliotecárias têm deste universo.
Que outras necessidades tem a instituição no âmbito da gestão da documentação e da informação?
Quando falamos de necessidades, pensamos sempre nos recursos humanos e em pessoas especializadas e pensamos também em novas tecnologias e em equipamentos.
Para além dos livros, há toda documentação extremamente importante que é produzida no Palácio até em função da especificidade do próprio Palácio. Por exemplo, nos anos trinta há uma documentação importantíssima de troca de correspondência entre o Palácio e o quartel por causa de uma disputa de espaços. É uma documentação que está exclusivamente arquivada, que não está trabalhada e que possivelmente poderia e deverá ser trabalhada por técnicos do Palácio. Aquando do Centenário da República, fizemos uma pequena pesquisa e encontrámos alguns documentos referentes a despesas da Família Real no próprio dia 5 de Outubro de 1910, antes de partirem para o exílio.
É uma documentação que estando no arquivo morto, não é uma informação morta em termos de conteúdo e de informações que nos pode dar. Recorremos frequentemente a essa documentação para nos inteirarmos do que é que se passou no Palácio e como era o seu quotidiano. É uma documentação que não está tratada, está simplesmente arquivada e tem tido um uso exclusivamente interno.
Que perspectivas para o futuro?
Nós que vivemos este monumento com esta Biblioteca, nós que a sentimos, vivemos e conhecemos, sabemos que é uma Biblioteca extremamente importante. Das mais importantes e temos consciência disso. Todos aqueles que nos visitam, académicos, especialistas ou curiosos acabam por corroborar esta nossa posição. A Biblioteca é, de facto, uma biblioteca de extrema importância em termos daquele que é o seu acervo.
Uma preocupação que temos é conhecer efetivamente, não só através do catálogo de 1819 ou de 1755, mas vir a conhecer a realidade do acervo e a importância que ele tem para a investigações que estão a decorrer e que venha ela mesmo a propiciar novas investigações em função daquilo que for sendo descoberto. Por outro lado, não podemos esquecer que a nossa principal preocupação que se prende com a nossa missão é a sua conservação. Essa é a nossa primeira prioridade porque tudo advirá em função da forma como é feita.
Temos perspectivas de algumas colaborações, cooperações ou parcerias que estão a ser negociadas, diríamos que estão em cima da mesa.
Por exemplo, perspectivas de colocar o catálogo em linha?
Sim. Esta semana foi lançado o novo site do Palácio e há uma divulgação que vamos começar a poder fazer. Em breve colocaremos em linha o Catálogo de 1819, que já está digitalizado, esperando vir a manter alguma regularidade na divulgação de obras emblemáticas, projectando-a para um lugar em que ela nem sempre está e que é entre uma das mais importantes.
A Biblioteca tem uma forma de organização impressionante e nós temos um manuscrito do século XVIII que nos diz como ela deveria ser organizada. Está digitalizado e é um manuscrito que nos diz o sítio onde devem estar os diferentes temas, as bíblias de um lado, o Direito do outro, onde deverão estar os livros de Medicina ou de Astronomia… com uma organização que ainda hoje é respeitada.
BIBLIOTECA PALACIO NACIONAL MAFRA
Estamos agora a tentar perceber como é que esta Biblioteca se forma e em que os Oratorianos parece terem tido um papel importante. Entram em contacto com os livreiros mais importantes que existem em toda a Europa com a indicação de encomendar e comprar o que há de melhor. Hoje sabemos que há bibliotecas particulares que foram compradas integralmente em cidades como Basileia e Amesterdão. Hoje procuramos reconstituir algumas dessas bibliotecas. É um estudo que está por fazer e é um estudo extremamente importante porque existem determinados super liber de que temos algumas centenas de livros e que são livros de altíssima qualidade. Com um destes, de Basileia, por exemplo, temos a edição das obras de Petrarca.
É impressionante o acervo que a Biblioteca tem e tudo isto está como reserva.
Dos núcleos mais importantes, temos o núcleo dos Livros Proibidos que é verdadeiramente impressionante e onde se vai encontrar de tudo, de altíssima qualidade, que foi produzido durante o século XVI e século XVII e mais tarde proibidos pelo Index.
O que existe nos domínios da Literatura de Viagens, da Cartografia, da Astronomia é notável e, a mesma coisa, ao nível da Medicina. Existem diferentes áreas dentro da cultura clássica, como, por exemplo, primeiras edições do século XVI das teorias aristotélicas e é isso que singulariza a Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra.
Nós respeitamos a catalogação do século XIX. Através do catálogo do século XIX, encontramos sempre o livro que procuramos.
Outra biblioteca que é importantíssima dentro desta Biblioteca é a biblioteca de Possidónio da Silva que foi doada ao Palácio. Nela podemos ver e conhecer o que lia um dos pioneiros do estudo património cultural português, como é que um erudito do século XIX estruturou o seu pensamento através das obras que consultava, através da sua biblioteca.
Temos também um arquivo que nos foi doado há pouco tempo que é o arquivo de Júlio Ivo e que está a ser neste momento estudado e tratado com voluntários.
Podemos dizer que o Palácio tem um acervo que são as peças que tem em exposição, tem uma parte de arquivo e depois o acervo bibliográfico propriamente dito?
Sim. E temos outro acervo sobre música. É um acervo importantíssimo (a exposição do Marcos Portugal que esteve na Biblioteca Nacional abria com dois Livros de Coro da Biblioteca do Palácio de Mafra). Para além de várias peças de Marcos Portugal, algumas para os seis órgãos da Basílica, não podemos deixar de ter presente que no século XVIII há uma irradiação do Cantochão a partir de Mafra. Não imagina a quantidade de livros de música que temos dessa época, que eram feitos cá e de que ainda conservamos as estampas com que eram feitos esses livros. Todos estes núcleos são parte integrante da Biblioteca.
A Bibioteca tem também uma componente simbólica. No centro do Cruzeiro está o Sol exactamente alinhado com o Altar-mor e com o sol que está depois no pavimento à saída da Basílica. Há toda uma dimensão cósmica que ali também está arquitectonicamente e iconicamente representada.

Nota biográfica de Mário Pereira
Licenciado em História. Iniciou a sua relação com o Património ainda no Instituto Português do Património Cultural. Manteve-se, durante alguns anos, como colaborador do IPPAR. Director de Projecto na Expo’98, como coordenador da exposição temática do Pavilhão do Conhecimento dos Mares. Presidente da Comissão Instaladora do Pavilhão do Conhecimento (02/02/99 a 31/12/99). Docente convidado no I.S.C.T.E. Subdirector do Instituto Português de Conservação e Restauro. Director do Palácio Nacional de Mafra – desde Setembro de 2008. Tem vários trabalhos publicados na área do Património.

antigo postal

postal antigo

curiosidades












postal antigo

Juramento de Bandeira

imagens de Mafra







Ericeira antiga

postal antigo

curiosidades

Documentos sobre os primórdios do Monumento de Mafra

Santo António

Alvará de licença para fundação de um Convento dedicado ao dito Santo na Vila de Mafra.
(Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Chancelaria de D. João V, Livro 35, fl. 355v)

Eu El Rei faço saber, que por justos motivos, e por expecial devoção que tenho ao glorioso Santo António, e por honra Sua. É por bem conceder licença por esmola que no destrito da Vila de Mafra se funde um Convento dedicado ao mesmo Santo; Lotado para assistirem nele treze religiosos somente; com declaração que o dito convento há-de ficar pertencendo à provincia de religiosos Capuchos Arrábidos; e este alvará se cumprirá como nele se contem, que valerá posto que seu efeito há-de durar mais de um ano sem embargo da ordenação do Livro 2 folio 40 em contrário; e a margem dos Registos dos Decretos por ele se obrou se porão verbas necessárias; e desta merce não pagarão direitos por ser esmolas e Eu assim o ordenar. Joseph da Maya e Faria o fez em Lisboa a vinte e um de Novembro de mil setecentos e onze. De feitio deste nada. Manoel de Castro Guimarães o fez escrever// Rei// Duque Presidente// Por decretos de Sua Magestade de 26 de Setembro, e 8 de Outubro de 1711 e despachos de Desembargo do Paço de 6, e 9 do mesmo mês, e ano// Belchior da Cunha Brochado// Pagou nada por ser esta mercê por esmola, e aos oficiais nada por quitarem seus direitos Lisboa 19 de Dezembro de 1711. Insencio Correa Moura
E comigo
Thomas Ferreira Barreto       Manuel de Sousa Aranha


António Soares de Faria alvará para que seja tesoureiro do dinheiro aplicado a um convento que Sua Magestade manda fazer; e com assistência de seu Escrivão Máximo de Carvalho.
(Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Chancelaria de D. João V, Livro 42, fl. 157)

Eu El Rei faço saber aos que este alvará virem que Eu hei-de por bem nomear para tesoureiro do dinheiro aplicado a obra do Convento que mando fazer na Comarca de Mafra dedicado ao Glorioso Santo António para nele assistirem treze religiosos da Provincia da Arrábida a António Soares de Faria e para seu escrivão da Receita, e despesa a Máximo de Carvalho cujas ocupações seguirão com todo o cuidado e satisfação e na Câmara da dita Comarca se lhes dará a posse e juramento dos ditos oficios pelos oficiais deles para que bem e verdadeiramente ?sirua? e mando se lhe cumpra, e guarde este alvará como nele se contem que valerá posto que seu efeito haja de duar mais de um ano sem embargo da Ordenação Livro 2 titulo 40 em contrário; e se pagarão novos direitos por assim o mandar descriminar. Brás de Oliveira o fez em Lisboa a vinte e seis de Outubro de milsetecentos e catorze. Pagou duzentos reais. António Galvão de Caltel´Branco o fez escrever// Rei// Por decreto de 19 de Julho de 1714// Sebastião da Costa// Afonso Botelho Sottomayor// Joseph Galvão de Lacerda// Pagou nada por não vencerem ordenado, nem emolumentos e aos oficiais nada por quitarem seus direitos Lisboa 15 de Novembro de 1714 Inocêncio Correa de Moura.
E comigo
Luis Siqueira de Isac       Thomas Ferreira Barreto


Registo de huma Provisam q[ue] sua Magestade q D[eu]s g[uar]de mandou ao Corregedor  desta Comarqua pera ser surpretendente do Convento da v[il]a de Mafra
(AHM: Livro para os Registos do Senado da Câmara de Mafra, 1700-1728, fl. 69v-70r)

Dom Ioão por garça de deus /  Rei de portugal e dos Arga- /ues daquem e dalem Mar em / arfiqua Senhor de guine co-/mo administrador da pessoa / e Beñs do prencipe dom Pedro / Meu sober todos munto ama- /do e prezado filho Principe do  / Brazil e Duque de Braganca / etc.  faco saber aos que esta / prouizam virem que eu ei /  por bem que o Corregedor da co-/marqua de torres vedras e os /  que susederem o dito cargo / siruam de supertendentes / da oBra do Comuento da or- /dem ARabida que mandou /  fazer na villa de Mafra /  El Rei nosso Senhor o mandou  / por seu espisial  decreto / pellos D(outores) Belchiol de An- /drade Doutor da Caza digo / dezenbragador da Caza da / Supilcação e francisco Nu- /nes Cradial iues (1) dos Contos / do Reino e Caza  Anbos   // Fl. 70r   dezenbragadores da Caza de /  Bragança francisco de Amo- /r[e]ira Calheiros a fes em Lisboa /  Aos onze de outubro de mil e sete- /sentos e quatorze Annos =  ioão / de souza Mesia a fes escreuer /  Belchior do Rego e Andrade /   Francisco Nunes Cardial  Re- /gistado no Liuro das Cartas / de 1707 a folhas 114 a Liuro [sic] /  e não se continha mais na dita /  prouizam que aqui tresladei  / Bem e verdadeiramente como / na dita se comtinha Manoel Ri- /beiro Leal escriuão da Camera que a escreui e asignei
                              [Assinado:] Manoel Ribeiro Leal


Registo de huma Carta que veio? ao Corregedor desta Comarqua de diogo de mendonsa Corte ReaL
(AHM: Livro para os Registos do Senado da Câmara de Mafra, 1700-1728, fl. 70r-70v)

O mestre Pedreiro ioão /  gomes Brabuo pertende ser /  mestre da oBra do Comuento  / de Mafra que Sua Magestade /  tem mandado fazer e ordena  / q[ue] v[oss]) m[erce] o ademita não achando / nisto imconviniente e avendo / me dara conta  D[eu]s g[uarde] a v[ossa] m[erce] /  Lisboa vinte dois de m[arço] de /  1715 = diogo de mendonca /  Corte Real S[e]n[h]or Corrigedor /  da comarqua de torres vedras /  e não se continha mais na di- /ta carta que aqui tresladei  // Fl. 70v    Bem e fiel e verdadei- /ramente como nella se conti- /nha  Manoel Ribeiro Leal  /  escriuão da Camera que / a escreui e asignei
                             [Assinado:] Manoel Ribeiro Leal


Registo de huma carta? que vejo? ao Corregedor desta Comarqua de torres vedras da Caza de Bragança
(AHM: Livro para os Registos do Senado da Câmara de Mafra, 1700-1728, fl. 70v-71r)

Corregedor da comarqua de / torres vedras viosse a uossa / carta de 19 de iulho pasado / em que dais conta que eu /  vos ordenara viese a porpos- /ta do Pade francisco Gonsal- /ues vegario de Santo Andre / da villa de Mafra sobre ava- / liação de hum serrado que /  pesui e se escolheo para o Com- /uento dos Arabidos da mesma /  villa e vendo o mais que Refe- /ris ei por bem a que vos orde- /no fasaes notificar o dito / vigario francisco Gonsal- /ues pera que venha ou man-/ de por seu procurador fa-/ zer escretura de venda / do dito serrado e Reseber / o preso e tendo emtendido / que a deficação do Comuento / ade ser sem proiuizo Al- /gum da fonte pubilca El / Rei nosso Senhor o mandou /  pellos D[outores] Belchior do Rego /  de Andrade francisco Nunes  //  Fl. 71r   Cardial Anbos do / dezenbargo da iunta da Caza  / de Bragança escrita em Lis- /boa a 3 de Agosto de 1715 e /  ioão de Souza mesias a fes / escreuer francisco Nunes /  Cardial Belchior do Rego / e Andrade = para o Lesenci- /ado Leandro de Mello e fa- /ria Registada a folha 198 v[erso] /  e não se continha mais na dita / carta que aqui tresladei Bem / fiel e verdadeiramente / como nella se continha Ma- /noel Ribeiro Leal escriuão / da Camera que a escreui / e asignei
                              [Assinado:] Manoel Ribeiro Leal


Registo de huma carta que veio ao Corregedor desta Comarqua de torres vedras da Caza de Barganca
(AHM: Livro para os Registos do Senado da Câmara de Mafra, 1700-1728, fl. 71r-71v)

Lesensiado LeAndro de Me- /llo e faria ei por bem e /  vos ordeno fasais a[s]  escretu- /ras da compra do vigario /  da villa de Mafra francisco / Gonsalues em preso de duzen- /tos mil Reis em que se tem a- /iustado e Remetereis a[s]  escre- /turas para o Cartorio do esta- /do e fareis as conpras com o di- /nheiro que esta na mesma  / villa que se acha por depozito //  Fl. 71v   em poder do thizou- /reiro que se acha nomeado / pera Reseber a consinação (4) /  desta oBra e asim mais fa- / reis a [s]  escrituras da conpra  / das outras propiadades pe- /quenas sirconuizinhas que /  estam dentro do tereno [sic] demar- / cado pera a deficação des- /te Comuento e se vos o[r]denase ?  /  exzameneis Bem o treladado  / dos titullos dos vendedores /  El Rei nosso Senhor o mandou /  pellos doutorres [sic] Belchior /  do Rego e Andrade; francis- /co Nunes CardiAl  Anbos / dezenbargadores da iunta /  da Caza de Bargança escri- /ta em Lisboa em 2 de Seten- / bro de 1715   ioão de Souza / Mesias a fes escreuer Fran- / cisco Nunes Cardial Bel- / chior do Re[g]o  e Andrade /  pera o Corregedor de torres  / vedras = Registada a folhas /  198 Liuro  [sic] e não se continha /  mais na dita carta que /  aqui tresladei Bem e fiel / e verdadeiramente como / nella se comtinha Manoel / Ribeiro Leal escriuão / da Camera que a esccreui / e asignei
                              [Assinado:]  Manoel Ribeiro Leal
  
Nota
Transcreveu-se o i longo como i.  As letras C e  L aparecem sempre como maiúsculas, quer iniciais, quer intercaladas, pelo que se optou  por mantê-las maiúsculas apenas nos substantivos próprios actuais. As abreviaturas desdobraram-se entre [ ]. Os parêntesis rectos utilizaram-se ainda para as letras omissas no texto. Não se efectuou pontuação de nenhuma espécie.