Enxara, a an-xara -charneca inculta caracterizada por matagais -, transformou-se numa das mais dinâmicas áreas agrícolas do concelho. A sua igreja aparece mencionada pela primeira vez nos inícios do século XIII e, pela mesma altura, a coroa, a Ordem de Santiago, o Bispo de Lisboa e outros proprietários privados importantes tinham herdades e explorações agrícolas na zona.
Na primeira metade do século XVI, aquelas grandes propriedades deram lugar a quintas de menor dimensão, articuladas com localidades relativamente populosas. As duas Enxaras – do Bispo e dos Cavaleiros – desfrutaram, então, de um momento único na história, recebendo aquelas novas construções de grande qualidade artística e esta o estatuto de sede de concelho.
Os tempos seguintes não confirmaram o lugar de liderança das Enxaras no panorama local, verificando-se uma progressiva perda de importância. Enxara dos Cavaleiros manteve-se como cabeça de concelho até 1837, altura em que passou a ser uma freguesia do município da Azueira. A partir de 1855, foi integrada no concelho de Mafra, tal como Vila Pouca e Enxara do Bispo (que havia já sido desanexada da diocese), ficando esta como sede de freguesia.
Hoje, como ontem, o território é dominado pela silhueta da Serra do Socorro, local para onde facilmente se dirige o olhar. Alvo de recentes projectos de valorização, a serra assume-se, uma vez mais, como horizonte e destino, face mais visível de um território patrimonialmente rico.
É a freguesia que possui maior espólio da época manuelina, em especial a sua igreja matriz, mandada reconstruir pelo bispo lisboeta, D. Ambrósio, em 1534, e a Capela do Espírito Santo, possivelmente da mesma época. No alto da Serra do Socorro, conserva-se a ermida do mesmo nome, obra também manuelina, enriquecida com uma capela-mor barroca. Aqui pode também encontrar-se um centro interpretativo das Linhas de Torres, uma vez que foi neste ponto dominante da paisagem que Wellington escolheu para colocar o semáforo através do qual todos os fortes das Linhas comunicavam entre si. No caminho para a Enxara dos Cavaleiros, foram recentemente beneficiados os Fortes Grande e Pequeno dessa mesma linha defensiva construída nos inícios do século XIX.
À Romaria da Serra do Socorro, que reúne excelentes condições para a prática de asa delta, acorre, a 5 de agosto grande multidão de devotos para pagar promessas com trigo. São ainda de salientar as Festas de Nossa Senhora da Assunção (15 de agosto), na sede da Freguesia, e a de Santa Comba (6 de Janeiro), no lugar de Vila Pouca.
JUNTA DA FREGUESIA DA ENXARA DO BISPO
Rua Junta Freguesia,19
2665-053 Enxara do Bispo
Telef.: 261786734
Fax: 261786734
e-mail: bispo.junta@sapo.pt
Na primeira metade do século XVI, aquelas grandes propriedades deram lugar a quintas de menor dimensão, articuladas com localidades relativamente populosas. As duas Enxaras – do Bispo e dos Cavaleiros – desfrutaram, então, de um momento único na história, recebendo aquelas novas construções de grande qualidade artística e esta o estatuto de sede de concelho.
Os tempos seguintes não confirmaram o lugar de liderança das Enxaras no panorama local, verificando-se uma progressiva perda de importância. Enxara dos Cavaleiros manteve-se como cabeça de concelho até 1837, altura em que passou a ser uma freguesia do município da Azueira. A partir de 1855, foi integrada no concelho de Mafra, tal como Vila Pouca e Enxara do Bispo (que havia já sido desanexada da diocese), ficando esta como sede de freguesia.
Hoje, como ontem, o território é dominado pela silhueta da Serra do Socorro, local para onde facilmente se dirige o olhar. Alvo de recentes projectos de valorização, a serra assume-se, uma vez mais, como horizonte e destino, face mais visível de um território patrimonialmente rico.
É a freguesia que possui maior espólio da época manuelina, em especial a sua igreja matriz, mandada reconstruir pelo bispo lisboeta, D. Ambrósio, em 1534, e a Capela do Espírito Santo, possivelmente da mesma época. No alto da Serra do Socorro, conserva-se a ermida do mesmo nome, obra também manuelina, enriquecida com uma capela-mor barroca. Aqui pode também encontrar-se um centro interpretativo das Linhas de Torres, uma vez que foi neste ponto dominante da paisagem que Wellington escolheu para colocar o semáforo através do qual todos os fortes das Linhas comunicavam entre si. No caminho para a Enxara dos Cavaleiros, foram recentemente beneficiados os Fortes Grande e Pequeno dessa mesma linha defensiva construída nos inícios do século XIX.
À Romaria da Serra do Socorro, que reúne excelentes condições para a prática de asa delta, acorre, a 5 de agosto grande multidão de devotos para pagar promessas com trigo. São ainda de salientar as Festas de Nossa Senhora da Assunção (15 de agosto), na sede da Freguesia, e a de Santa Comba (6 de Janeiro), no lugar de Vila Pouca.
JUNTA DA FREGUESIA DA ENXARA DO BISPO
Rua Junta Freguesia,19
2665-053 Enxara do Bispo
Telef.: 261786734
Fax: 261786734
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Enxara do Bispo é uma freguesia portuguesa do concelho de Mafra, com 17,96 km² de área e 1740 habitantes (2011). Densidade: 96,9 hab/km².
Antigamente a sede de freguesia achava-se na povoação de Enxara dos Cavaleiros, que era sede de concelho.
Património
Povoado da Serra do Socorro e Capela de Nossa Senhora do Socorro (parte superior da Serra do Socorro)
- Igreja de Nossa Senhora da Assunção ou Igreja Paroquial de Enxara do Bispo
- Pelourinho de Enxara dos Cavaleiros
Igreja Matriz :
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Capela da Srª. do Socorro :
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As primeiras referências conhecidas à existência de um templo na localidade de Enxara do Bispo dedicado a Nossa Senhora da Assunção da Serra remontam a meados do século XIII. No entanto, a actual igreja de Nossa Senhora da Assunção foi edificada nas primeiras décadas do século XVI, tendo sido sagrada em 1534, como atesta a inscrição da fachada principal e alguns elementos remanescentes da edificação original, nomeadamente o portal lateral, a abóbada da capela-mor e o baptistério. No século XVII foram realizadas campanhas decorativas no interior do templo, para a colocação de azulejos, painéis pintados e retábulos. Na centúria seguinte a estrutura exterior da igreja foi refeita, dando-lhe uma feição barroca.
De planta rectangular desenvolvida longitudinalmente, composta pela justaposição dos volumes da nave e da capela-mor, o corpo da igreja é precedido por pátio, ao qual se tem acesso através de escadaria. A fachada apresenta-se divida em três registos, delimitada lateralmente por pilastras coroadas por fogaréus. Ao centro do primeiro registo foi aberto portal de moldura rectangular rematado por frontão angular. Do lado direito foi colocada uma cartela com a seguinte inscrição: "Na era de mil quinhentos e trinta e quatro a oito de Outubro Eu o bispo Antonio da Serra sagrei esta igreja de N. S. d'Assumpção da Serra, sagrei o altar nelle as reliquias de S. Braz e S. João Baptista e sagrei o sino e o adro. Para sempre todo o fiel cristão que vier visitar esta igreja ganha quarenta dias de perdão em forma da Santa Igreja" (TORRES, M., 1861). Sobre o portal, um janelão de moldura rectangular com grade de ferro e coroada por frontão angular. Na fachada lateral esquerda foram adossadas duas construções. A primeira de secção quadrada, com porta de moldura rectangular simples no primeiro registo e dois janelos com grades de ferro no segundo, corresponde à capela baptismal. A segunda, correspondente aos anexos do templo, possui planta rectangular, disposta longitudinalmente em relação ao corpo da igreja, e está também dividida em dois registos, com porta no primeiro e janelos com grade no segundo. Na fachada posterior foi adossada a torre sineira, de planta quadrada, com abertura para sineira e coroada por cúpula ladeada por fogaréus. A fachada lateral direita, também divididda em dois registos, possui anexo e portal da edificação primitiva, em arco conopial, ladeado por colunelos e decorado por boleados.
Interiormente, a igreja possui nave única, com coro-alto de madeira e tecto de masseira. As paredes da nave são decoradas por silhar de padrão. Do lado do Evangelho, possui baptistério, edificado quando da fundação da igreja, ao qual se acede por arco decorado por motivos vegetalistas, e que possui no centro pia baptismal em forma de taça torsa, decorada por motivos ao romano. Ao centro da nave, foi colocado púlpito com base de pedra e guarda de madeira. Um arco de volta perfeita abre para a capela-mor, ladeado por dois retábulos de talha. Ao centro da capela-mor foi colocado retábulo barroco de talha, encimado por frontão triangular e vazado por camarim, albergando trono ladeado por dois nichos com imagens. Atrás do retábulo, a parede é revestida por azulejos de tapete. O espaço da capela-mor é coberto por abóbada de nervuras de dois tramos, com bocetes lavrados. As paredes laterais são revestidas por silhares de azulejos, possuindo quatro tábuas quinhentistas de temática mariana, que integravam um antigo retábulo, com os temas da Visitação , Adoração dos Pastores ,Adoração dos Magos , Coroação da Virgem , desconhecendo-se no entanto a oficina a que pertencem.
Catarina Oliveira
GIF/ IPPAR/ 2004
De planta rectangular desenvolvida longitudinalmente, composta pela justaposição dos volumes da nave e da capela-mor, o corpo da igreja é precedido por pátio, ao qual se tem acesso através de escadaria. A fachada apresenta-se divida em três registos, delimitada lateralmente por pilastras coroadas por fogaréus. Ao centro do primeiro registo foi aberto portal de moldura rectangular rematado por frontão angular. Do lado direito foi colocada uma cartela com a seguinte inscrição: "Na era de mil quinhentos e trinta e quatro a oito de Outubro Eu o bispo Antonio da Serra sagrei esta igreja de N. S. d'Assumpção da Serra, sagrei o altar nelle as reliquias de S. Braz e S. João Baptista e sagrei o sino e o adro. Para sempre todo o fiel cristão que vier visitar esta igreja ganha quarenta dias de perdão em forma da Santa Igreja" (TORRES, M., 1861). Sobre o portal, um janelão de moldura rectangular com grade de ferro e coroada por frontão angular. Na fachada lateral esquerda foram adossadas duas construções. A primeira de secção quadrada, com porta de moldura rectangular simples no primeiro registo e dois janelos com grades de ferro no segundo, corresponde à capela baptismal. A segunda, correspondente aos anexos do templo, possui planta rectangular, disposta longitudinalmente em relação ao corpo da igreja, e está também dividida em dois registos, com porta no primeiro e janelos com grade no segundo. Na fachada posterior foi adossada a torre sineira, de planta quadrada, com abertura para sineira e coroada por cúpula ladeada por fogaréus. A fachada lateral direita, também divididda em dois registos, possui anexo e portal da edificação primitiva, em arco conopial, ladeado por colunelos e decorado por boleados.
Interiormente, a igreja possui nave única, com coro-alto de madeira e tecto de masseira. As paredes da nave são decoradas por silhar de padrão. Do lado do Evangelho, possui baptistério, edificado quando da fundação da igreja, ao qual se acede por arco decorado por motivos vegetalistas, e que possui no centro pia baptismal em forma de taça torsa, decorada por motivos ao romano. Ao centro da nave, foi colocado púlpito com base de pedra e guarda de madeira. Um arco de volta perfeita abre para a capela-mor, ladeado por dois retábulos de talha. Ao centro da capela-mor foi colocado retábulo barroco de talha, encimado por frontão triangular e vazado por camarim, albergando trono ladeado por dois nichos com imagens. Atrás do retábulo, a parede é revestida por azulejos de tapete. O espaço da capela-mor é coberto por abóbada de nervuras de dois tramos, com bocetes lavrados. As paredes laterais são revestidas por silhares de azulejos, possuindo quatro tábuas quinhentistas de temática mariana, que integravam um antigo retábulo, com os temas da Visitação , Adoração dos Pastores ,Adoração dos Magos , Coroação da Virgem , desconhecendo-se no entanto a oficina a que pertencem.
Catarina Oliveira
GIF/ IPPAR/ 2004
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