Carvoeira é uma freguesia portuguesa do concelho de Mafra, com 8,32 km² de área e 2 155 habitantes (2011). Densidade: 259 hab/km².
Até ao liberalismo constituía o reguengo da Carvoeira, sendo integrado no concelho da Ericeira em 1839 e, aquando da extinção deste em 1855, no de Mafra.
Património
Antigo reguengo medieval vinculado ao território de Sintra, a Carvoeira beneficiou de foral passado por D. Manuel, em 28 de Outubro de 1514. Durante mais de três séculos, parece ter tido administração autónoma, mantendo-se o estatuto de reguengo até ao século XVII, altura em que a coroa o vendeu a privados, conhecendo-se alguns donatários de apelido Lavre. Em 1836, extinto o município, passou a freguesia do concelho da Ericeira e, em 1855, integrou o município de Mafra.
Ainda se conserva a antiga casa da Câmara, descrita em meados do século XIX como tendodous altos, e dous baixos, com sua escada exterior de pedra e que acomodava sala de reuniões, cadeia, açougue e, muito possivelmente, tribunal.
Terra de lendários eremitas, que procuraram o isolamento nas inóspitas falésias de S. Julião, conta-se que uma das atribuições dos seus habitantes era a de montar sentinela a um facho de sinalização, que a tradição coloca na Idade Média e justificável ante o perigo muçulmano, mas que deve antes estar relacionado com a navegação marítima.
A razão de individualidade da Carvoeira não estava, contudo, na linha de costa, mas sim um pouco para o interior do território, onde passava o Rio Grande do Porto. Conhecido como Ribeira de Cheleiros ou Rio Lisandro, este curso fluvial dispunha de um cais perto da actual Capela de Nossa Senhora do Ó, onde se pensa que eram carregadas as embarcações de carvão rumo à capital. Aqui ainda se conserva a antiga ponte medieval sobre o rio Lisandro e a capela, cuja singeleza pode confundir-se com uma simples ermida rural, mas cujo estatuto ao longo da História, como Igreja Paroquial da Carvoeira, lhe asseguram uma especial importância na herança do concelho.
Em São Julião conserva-se uma interessante ermida de peregrinação, que já estava construída na segunda metade do século XVI. Ao longo da sua história, muitos foram os círios que aqui vieram em romaria, pernoitando no conjunto de habitações modestas que ladeiam o templo. O seu período áureo deve ter-se registado na segunda metade do século XVIII, época a que corresponde o essencial do monumento e o seu magnífico revestimento azulejar. Neste local, resistiu Mateus Álvares ao domínio espanhol, fazendo-se passar por falso D. Sebastião e intitulando-se Rei da Ericeira. Uma das festividades cíclicas mais características desta freguesia é o Círio da Ribeira de Pedrulhos/Círio da Água-pé, que ocorre em Setembro, no lugar de S. Julião.
JUNTA DA FREGUESIA DA CARVOEIRA
Estrada Nacional 247 - Carvoeira
2655-030 Carvoeira
Telef.: 261865094
Fax: 261869271
e-mail: juntacarvoeira@sapo.pt
Ainda se conserva a antiga casa da Câmara, descrita em meados do século XIX como tendodous altos, e dous baixos, com sua escada exterior de pedra e que acomodava sala de reuniões, cadeia, açougue e, muito possivelmente, tribunal.
Terra de lendários eremitas, que procuraram o isolamento nas inóspitas falésias de S. Julião, conta-se que uma das atribuições dos seus habitantes era a de montar sentinela a um facho de sinalização, que a tradição coloca na Idade Média e justificável ante o perigo muçulmano, mas que deve antes estar relacionado com a navegação marítima.
A razão de individualidade da Carvoeira não estava, contudo, na linha de costa, mas sim um pouco para o interior do território, onde passava o Rio Grande do Porto. Conhecido como Ribeira de Cheleiros ou Rio Lisandro, este curso fluvial dispunha de um cais perto da actual Capela de Nossa Senhora do Ó, onde se pensa que eram carregadas as embarcações de carvão rumo à capital. Aqui ainda se conserva a antiga ponte medieval sobre o rio Lisandro e a capela, cuja singeleza pode confundir-se com uma simples ermida rural, mas cujo estatuto ao longo da História, como Igreja Paroquial da Carvoeira, lhe asseguram uma especial importância na herança do concelho.
Em São Julião conserva-se uma interessante ermida de peregrinação, que já estava construída na segunda metade do século XVI. Ao longo da sua história, muitos foram os círios que aqui vieram em romaria, pernoitando no conjunto de habitações modestas que ladeiam o templo. O seu período áureo deve ter-se registado na segunda metade do século XVIII, época a que corresponde o essencial do monumento e o seu magnífico revestimento azulejar. Neste local, resistiu Mateus Álvares ao domínio espanhol, fazendo-se passar por falso D. Sebastião e intitulando-se Rei da Ericeira. Uma das festividades cíclicas mais características desta freguesia é o Círio da Ribeira de Pedrulhos/Círio da Água-pé, que ocorre em Setembro, no lugar de S. Julião.
JUNTA DA FREGUESIA DA CARVOEIRA
Estrada Nacional 247 - Carvoeira
2655-030 Carvoeira
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Igreja de Nossa Senhora do Ó |
Reguengo no século XVI, a Carvoeira adquiriu privilégios de independência entre 1762 e 1820 e perdeu-os em 1836, passando a ser freguesia do Concelho da Ericeira. Em 1855 passa a pertencer ao Concelho de Mafra. |
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