terça-feira, 30 de julho de 2013

Mafra

Bandeira de Mafra


 

A vila medieval, designada popularmente por "Vila Velha" em oposição à "Vila Nova" que cresceu à sombra do Palácio-Convento, recebeu carta de foral em 1189, passada por D. Nicolau, Bispo de Silves, a quem D. Sancho I havia doado esta vila. Inicialmente amuralhado, o burgo estruturou-se a partir da Rua Direita (hoje Papa Pedro Julião) que unia as duas extremidades do núcleo. Aqui se construiu a Igreja de Santo André e a Casa dos Donatários, sobre a qual se edificou, mais tarde, o Palácio dos Marqueses Ponte de Lima.

Em 1513, D. Manuel I atribuiu a Mafra nova carta de Foral, com a qual se procurou uma reorganização da vida socioeconómica e administrativa do território. Terá sido também no século XVI que se fundou a Ermida e Albergaria do Espírito Santo junto à principal via de acesso nascente ao burgo medieval, onde hoje se localiza a Quinta da Raposa. Em finais da centúria, criou-se um novo centro administrativo–judicial com a construção das Casas da Câmara, no actual Largo do Pelourinho. Este facto originou a formação de um novo aglomerado, mencionado nas Memórias Paroquiais de 1758 como Bairro da Boavista, onde se localizavam os açougues, para além das Casas da Câmara, cadeia e pelourinho.

A edificação do Palácio-Convento por ordem do monarca D. João V, determinou um grande crescimento da vila a partir do século XVIII. A ligar a "Vila Velha" e o sítio da "Real Obra", consolidou-se um eixo viário estruturante, a actual Rua Serpa Pinto, então designadaCalçada das Obras Reais. Por outro lado, a construção de uma autêntica "cidade efémera" a poucas centenas de metros da fachada do palácio, para assistir às milhares de pessoas envolvidas no empreendimento joanino, acabou por tornar-se na génese de um novo aglomerado urbano que se foi estruturando ao longo dos séculos XVIII e XIX, e da qual Mafra é hoje directa herdeira.

A igreja de Santo André, gótica, é a construção religiosa mais antiga do concelho e pontua ainda como principal construção da Vila Velha. O Palácio Nacional de Mafra surpreende pela sua dimensão, monumentalidade e qualidade das obras artísticas ali mandadas fazer por D. João V: a estatuária italiana da fachada principal, galilé e interior da basílica, os carrilhões, o zimbório, a magnífica biblioteca, a impressionante colecção de paramentaria, a Sala Elíptica, a Capela dos Sete Altares, o Jardim do cerco, a tapada, o terreiro, são pontos essenciais a descobrir e a conhecer.

Coração e centro cultural da região saloia, oferece aos seus visitantes a possibilidade de se familiarizarem com o artesanato vivo, com a etnografia, com a natureza, sendo a Tapada Nacional de Mafra um dos pontos de visita obrigatória, com a história, com as artes e com a doçaria tradicional.

São várias as festividades a merecer destaque: a Feira e a Festa de Santo André, que decorre no dia 30 de Novembro; a Feira da Murgeira (dos Alhos ou de Julho), que tem lugar no mesmo local ao terceiro domingo de Julho; a Romaria de Nossa Senhora do Arquitecto (2.ª feira de Pentecostes); a Procissão do Encontro, no segundo domingo da Quaresma; derradeiros vestígios da religiosidade barroca em Portugal, quase únicas no país, são as Procissões da Penitência dos Terceiros Franciscanos (quarto domingo da Quaresma), das Dores ou da Burrinha (Domingo de Ramos) e do Enterro do Senhor (Sexta-Feira Santa).

JUNTA DA FREGUESIA DE MAFRA
Rua da junta de freguesia
2640-500 Mafra
Telef.: 261815459
Fax: 261815459
e-mail: jfmafra@sapo.pt

Mafra é uma vila portuguesa no Distrito de Lisboa, região de Lisboa e sub-região da Grande Lisboa, com cerca de 17 900 habitantes.

É sede de um município com 291,42;km² de área e 76 6851 habitantes (2011), subdividido em 17 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Torres Vedras, a nordeste por Sobral de Monte Agraço, a leste por Arruda dos Vinhos, a sueste por Loures, a sul por Sintra e a oeste tem litoral no oceano Atlântico. Mafra é famosa pelo seu palácio-convento, mandado construir por D. João V no século XVIII e que constitui a mais grandiosa obra do barroco português.
Vestígios arqueológicos sugerem que o povoado hoje denominado por Mafra foi habitado pelo menos desde o Neolítico. A origem do termo Mafra continua envolta em mistério, sabendo-se apenas que evoluiu de Mafara (1189), Malfora (1201) e Mafora (1288).
Alguns autores encontraram na sua origem o arquétipo turânico Mahara, a grande Ara, vestígio de um culto de fecundidade feminina outrora existente no aro da vila. Outros, radicaram o nome no árabe Mahfara, a cova, na presunção de que a povoação se encontrava implantada numa cova, facto desmentido pelo reconhecido arabista David Lopes. A vila está, isso sim, situada numa colina, cercada por dois vales onde correm as ribeiras conhecidas por Rio Gordo e Rio dos Couros.
Certo também é que Mafra foi uma vila fortificada, podendo ainda hoje encontrar-se, na Rua das Tecedeiras, um pouco da muralha que a cercava.
Os limites do castelo, que tudo leva a crer assenta sobre um povoado neolítico, sucessivamente reocupado até à Idade do Ferro, compreendiam toda a zona da "Vila Velha", que hoje se inclui no espaço delimitado a Oriente pelo Largo Coronel Brito Gorjão, a Sul pela Rua das Tecedeiras, a Ocidente pelo Palácio dos Marqueses de Ponte de Lima e a Norte pela Rua Mafra Detrás do Castelo. A designação desta rua deve-se ao facto de a povoação ter voltado, literalmente, as costas ao flanco norte, por ser o mais exposto aos ventos. A densa floresta que, consta, existiu até ao século XIX na Quinta da Cerca, constituída por árvores de grande porte, reforçaria o paravento.
Em 1147, Mafra é conquistada aos Mouros por D. Afonso Henriques, e em 1189 a vila é doada pelo Rei D. Sancho I ao Bispo de Silves, D. Nicolau, que no ano seguinte lhe confere o primeiro foral.
Em 1513 o Rei D. Manuel concede Foral Novo a Mafra, o que subentende a relativa importância da vila, que em breve diminuiria drasticamente. Um censo da população datado de 18 de Setembro de 1527 apura 191 vizinhos, dos quais apenas quatro vivem em casais na vila. Quando, em 1717, o Rei D. João V lança a primeira pedra da construção do Palácio, Mafra resumia-se a uns casarios, aglomerados a centenas de metros do Monumento.
Ao longo do século XIX começou a povoação a crescer em direcção ao Monumento, embora o seu aspecto rural de vila saloia só tenha sido perdido no século XX, como provam as palavras de José Mangens, em 1936, ao descrever a antiga Rua dos Arcipestres, parte dela actual 1º de Maio: "(.) nada oferece de interessante e mais parece uma vila de aldeia sertaneja, com os seus casebres arruinados e típicos portais de quintais, blindados com latas velhas (.)".
Corria o dia 8 de Dezembro de 1807 quando as tropas de Napoleão entraram em Mafra para montar quartel-general no Palácio. Parte do exército seguiu para Peniche e Torres Vedras, enquanto o restante ficou aquartelado no Palácio e Convento, e os oficiais nas casas da vila, sob o comando do General Luison.
A invasão duraria cerca de nove meses. No dia 2 de Setembro o exército inglês irrompia em Mafra, saudado com grande alegria pela população e ao som dos carrilhões.
A 5 de Outubro de 1910 de novo o povo de Mafra viveria um dia único. A revolução republicana estalara na véspera em Lisboa, o Rei D. Manuel II refugiara-se durante a noite no Palácio e abandonava Mafra, num automóvel escoltado, acompanhado da sua mãe e avó, rumo à Ericeira, onde o Iate D. Amélia os conduziria a Gibraltar e ao exílio.
Volvidos quatro anos sobre a fuga de El-Rei, novo sobressalto em Mafra: no dia 20 de Outubro, um grupo de monárquicos reuniu-se no largo D. João V e, munido de algumas armas, encaminhou-se para a Escola Prática de Infantaria, instalada no Convento, depois de cortar os fios telefónicos e telegráficos. A revolta foi facilmente anulada pelos militares, acabando na cadeia de Mafra cerca de uma centena de pessoas.

Desde a construção do Monumento que os militares conferem parte do ambiente humano à Vila de Mafra.
A partir de 1840 o Convento passou a ser ocupado por tropa, e em 1859 cerca de quatro mil recrutas ali assentaram praça para receber instrução no Depósito Geral de Recrutas, criado por D. Pedro V. Esta instituição seria extinta no ano seguinte, após 94 recrutas terem falecido supostamente devido a doença infecto-contagiosa. De 1848 a 1859, e de 1870 a 1873 o Convento alberga o Real Colégio Militar.
Em 1887 é criada a Escola Prática de Infantaria e Cavalaria e no ano seguinte é construída, na Tapada de Mafra, a carreira de tiro, de que passou a ser frequentador o Rei D. Carlos, entusiasta dos concursos de tiro. Em 1896 é criada a Escola Central de Sargentos, dependente da Escola Prática de Infantaria.
Em 1911 é fundado o Depósito de Remonta e Garanhões, que dá lugar, em 1950, à Escola Militar de Equitação e sete anos mais tarde ao Centro Militar de Educação Física, Equitação e Desportos.
Hoje continua a funcionar o agora denominado (desde 1993) Centro Militar de Educação Física e Desportos, no Largo General Conde Januário, e a Escola Prática de Infantaria, no Convento de Mafra.
A partir do ano de 2000, o concelho tem-se desenvolvido e crescido de uma maneira espantosa, quase que duplicando a população em apenas 20 anos. Isto deveu-se principalmente ao melhoramento das infra-estruturas rodoviárias, em particular da A8 e a construção da A21.
Graças à sua proximidade a Lisboa, o concelho de Mafra torna-se atractivo para as pessoas, daí que não seja de espantar o aumento da população, e dos movimentos pendulares. A realização de eventos como o ASP World Tour e o Sumol Summer Fest trazem prestigio, e definem Mafra como um dos concelhos emergentes da Área Metropolitana de Lisboa.



Formada por dois núcleos habitacionais, a Vila Velha, constituída ao redor do antigo castelo, e a Vila Nova, desenvolvida à sombra do Convento, Mafra é sede de concelho e de comarca. Conquistada aos Mouros em 1147, recebeu foral em 1190.



Vestígios arqueológicos sugerem que o povoado hoje denominado por Mafra foi habitado pelo menos desde o Neolítico. A origem do termo Mafra continua envolta em mistério, sabendo-se apenas que evoluiu de Mafara (1189), Malfora (1201) e Mafora (1288).
Alguns autores encontraram na sua origem o arquétipo turânico Mahara, a grande Ara, vestígio de um culto de fecundidade feminina outrora existente no aro da vila. Outros, radicaram o nome no árabe Mahfara, a cova, na presunção de que a povoação se encontrava implantada numa cova, facto desmentido pelo reconhecido arabista David Lopes. A vila está, isso sim, situada numa colina, cercada por dois vales onde correm as ribeiras conhecidas por Rio Gordo e Rio dos Couros.
Certo também é que Mafra foi uma vila fortificada, podendo ainda hoje encontrar-se, na Rua das Tecedeiras, um pouco da muralha que a cercava.
Os limites do castelo, que tudo leva a crer assenta sobre um povoado neolítico, sucessivamente reocupado até à Idade do Ferro, compreendiam toda a zona da "Vila Velha", que hoje se inclui no espaço delimitado a Oriente pelo Largo Coronel Brito Gorjão, a Sul pela Rua das Tecedeiras, a Ocidente pelo Palácio dos Marqueses de Ponte de Lima e a Norte pela Rua Mafra Detrás do Castelo. A designação desta rua deve-se ao facto de a povoação ter voltado, literalmente, as costas ao flanco norte, por ser o mais exposto aos ventos. A densa floresta que, consta, existiu até ao século XIX na Quinta da Cerca, constituída por árvores de grande porte, reforçaria o paravento.

Em 1147, Mafra é conquistada aos Mouros por D. Afonso Henriques, e em 1189 a vila é doada pelo Rei D. Sancho I ao Bispo de Silves, D. Nicolau, que no ano seguinte lhe confere o primeiro foral.

Em 1513 o Rei D. Manuel concede Foral Novo a Mafra, o que subentende a relativa importância da vila, que em breve diminuiria drasticamente. Um censo da população datado de 18 de Setembro de 1527 apura 191 vizinhos, dos quais apenas quatro vivem em casais na vila. Quando, em 1717, o Rei D. João V lança a primeira pedra da construção do Palácio, Mafra resumia-se a uns casarios, aglomerados a centenas de metros do Monumento. Em Agosto de 1787, William Beckford escreverá: "É pouco interessante a perspectiva que se goza do adro da Basílica. O que se vê são os telhados de uma aldeia insignificante e uns cabeços de areia, destacando sobre uma estreita faixa de oceano. Da esquerda a vista é limitada pelos escarpados montes de Sintra e à direita, um pinhal, na quinta do Visconde de Ponte de Lima, é que dá aos olhos algum refrigério".
Ao longo do século XIX começou a povoação a crescer em direcção ao Monumento, embora o seu aspecto rural de vila saloia só tenha sido perdido no século XX, como provam as palavras de José Mangens, em 1936, ao descrever a antiga Rua dos Arcipestres, parte dela actual 1º de Maio: "(.) nada oferece de interessante e mais parece uma vila de aldeia sertaneja, com os seus casebres arruinados e típicos portais de quintais, blindados com latas velhas (.)".

Desde a construção do Monumento que os militares conferem parte do ambiente humano à Vila de Mafra.
Como descreve Guilherme José Ferreira de Assunção, em "À Sombra do Convento...", após as primeiras visitas de D. Maria II à vila de Mafra foi reconhecida a vantagem da instalação de um corpo militar no Convento, "o que não demorou a acontecer e o que conseguiu transformar a vida da população, até aí arrastada e em precárias condições de existência".
A partir de 1840 o Convento passou a ser ocupado por tropa, e em 1859 cerca de quatro mil recrutas ali assentaram praça para receber instrução no Depósito Geral de Recrutas, criado por D. Pedro V. Esta instituição seria extinta no ano seguinte, após 94 recrutas terem falecido supostamente devido a doença infecto-contagiosa. De 1848 a 1859, e de 1870 a 1873 o Convento alberga o Real Colégio Militar.
Em 1887 é criada a Escola Prática de Infantaria e Cavalaria e no ano seguinte é construída, na Tapada, a carreira de tiro, de que passou a ser frequentador o Rei D. Carlos, entusiasta dos concursos de tiro. Em 1896 é criada a Escola Central de Sargentos, dependente da Escola Prática de Infantaria.
Em 1911 é fundado o Depósito de Remonta e Garanhões, que dá lugar, em 1950, à Escola Militar de Equitação e sete anos mais tarde ao Centro Militar de Educação Física, Equitação e Desportos.
Hoje continua a funcionar o agora denominado (desde 1993) Centro Militar de Educação Física e Desportos, no Largo General Conde Januário, e a Escola Prática de Infantaria, no Convento de Mafra. 

As invasões francesas de 1807 e a fuga do Rei D. Manuel II para o exílio em 1910 foram episódios que agitaram a vida desta vila nos últimos séculos.
Corria o dia 8 de Dezembro de 1807 quando as tropas de Napoleão entraram em Mafra para montar quartel-general no Palácio. Parte do exército seguiu para Peniche e Torres Vedras, enquanto o restante ficou aquartelado no Palácio e Convento, e os oficiais nas casas da vila, sob o comando do General Luison.
A invasão duraria cerca de nove meses. No dia 2 de Setembro o exército inglês irrompia em Mafra, saudado com grande alegria pela população e ao som dos carrilhões.
A 5 de Outubro de 1910 de novo o povo de Mafra viveria um dia único. A revolução republicana estalara na véspera em Lisboa, o Rei D. Manuel II refugiara-se durante a noite no Palácio e abandonava Mafra, num automóvel escoltado, acompanhado da sua mãe e avó, rumo à Ericeira, onde o Iate D. Amélia os conduziria a Gibraltar e ao exílio.
Volvidos quatro anos sobre a fuga de El-Rei, novo sobressalto em Mafra: no dia 20 de Outubro, um grupo de monárquicos reuniu-se no largo D. João V e, munido de algumas armas, encaminhou-se para a Escola Prática de Infantaria, instalada no Convento, depois de cortar os fios telefónicos e telegráficos. A revolta foi facilmente anulada pelos militares, acabando na cadeia de Mafra cerca de uma centena de pessoas

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